Epicondilite e Tênis – Entenda o Cotovelo de Tenista
A epicondilite é a causa mais comum de dor no cotovelo, aproximadamente 2 % da população sofrerá deste problema em alguma fase da vida.
A epicondilite lateral é também conhecida como cotovelo de tenista (tenis elbow), principalmente por ser uma lesão comum nesse esporte e representar de 5 a 10 % de total dos casos.
De 40 a 50 % dos tenistas sofrerão de dor no cotovelo decorrentes de uma epicondilite durante sua carreira, seja ela amadora ou não. A epicondilite medial é menos frequente, mas pode também acometer os tenistas.
O que é a epicondilite?
Atividades que realizam movimentos repetitivos do punho ou dos dedos para cima (extensão) ou para baixo (flexão) são as causas da epicondilite.
Os músculos e tendões responsáveis por estes movimentos tem origem na região lateral e medial do cotovelo (epicôndilo lateral e medial). Estes esforços podem causar inicialmente um processo inflamatório nesta região (tendinite).
Entretanto, após este evento ocorrem alterações estruturais nas fibras de colágeno destes tendões. Isto pode causar dor crônica e perda de força no cotovelo e punho.
Também alguns fatores genéticos mal compreendidos atualmente parecem favorecer o aparecimento da epicondilite lateral e medial.
O que causa o cotovelo de tenista?
Erros na técnica ou no gesto esportivo, frequentemente no backhand, podem ocasionar um esforço excessivo na musculatura extensora ou flexora do antebraço e iniciar o processo inflamatório.
Normalmente tenistas que jogam o backhand somente com uma mão (estilo Federer, Sampras e Giga) tem maiores chances de apresentarem problema do que quando o backhand é com as duas mãos ( no melhor estilo Nadal, Djokovic e Agassi)
Segurar a raquete com força excessiva, dobrar ou esticar demais o punho ao rebater a bola são outras causas.
Não podemos também esquecer do grip da raquete que pode estar inadequado e principalmente o excesso de treinos e jogos.
Como é feito o diagnóstico da epicondilite?
Os pacientes com epicondilite queixam-se de dor na região lateral ou medial do cotovelo, que se irradia para o antebraço. Podem referir também fraqueza para agarrar e carregar objetos.
Geralmente, a dor tem início gradual e insidioso e raramente há um evento inicial traumático que inicia o quadro doloroso.
Muitas vezes, apenas a história e o exame físico são suficientes para o diagnóstico da epicondilite. Mas a radiografia do cotovelo é importante para descartar os diagnósticos diferenciais.
Para confirmar o diagnóstico pode ser solicitado o exame de ultra-sonografia ou ressonância magnética. Ambos possuem ótima acurácia.
Preciso parar de jogar tênis?
Não necessariamente. Depende dos seus sintomas (intensidade e duração), bem como a resposta ao tratamento.
Reduzir a carga de treinos e partidas de tênis podem ser suficientes. Converse com seu treinador e médico.
Como posso tratar a epicondilite?
Primeiro passo sempre é procurar um médico ortopedista para ter o diagnóstico preciso, melhor ainda se for um especialista em cotovelo.
- Converse com o seu treinador, veja se há algum erro no gesto esportivo ou na empunhadura da raquete e tente corrigir. Filmar com o celular para analisar com calma é uma ótima dica.
- Cheque se o grip da raquete está correto, se tiver dúvidas pergunte ao treinador ou em uma loja especializada.
- Diminua a tensão do encordoamento e tente usar cordas de fibra natural que podem reduzir a tensão excessiva.
- Faça um bom aquecimento antes dos treinos.
- Utilize gelo no final das partidas e se conseguir mais 2 vezes ao dia.
- O tratamento fisioterápico deve ser realizado e este deve alongar e fortalecer a musculatura extensora e flexora do antebraço
- Não esquece de fortalecer aa musculatura paraescapular e do manguito rotador na reabilitação.
Quando está indicado a cirurgia para o cotovelo de tenista?
O tratamento cirúrgico raramente é necessário, 98% dos pacientes melhoram com o tratamento não cirúrgico.
Quando o tratamento sem cirurgia, é bem feito e realizado por 3 a 6 meses sem sucesso, pode ser indicada a cirurgia.
O tratamento cirúrgico pode ser realizado por método aberto ou artroscópico e consiste na remoção da porção doente dos tendões e criação de uma área bem vascularizada para cicatrização dos tendões remanescentes. Não há estudos mostrando uma superioridade de uma técnica em relação a outra.