O tendão subescapular é o mais forte, largo e potente do manguito rotador. Atua no movimento de rotação interna do ombro e auxilia o tendão supraespinal no movimento de elevação. As roturas isoladas do tendão subescapular são raras, mas em até 60% dos reparos do manguito rotador, nós encontramos roturas do tendão subescapular.

Figura anatômica demonstrando o tendão subescapular

Quais são as causas da rotura do tendão subescapular?

As roturas do tendão subescapular podem ser traumáticas, por quedas da própria altura, acidentes de moto ou de carro ou durante atividades esportivas. Entretanto, a maioria são degenerativas, ocorre um enfraquecimento do tendão por alterações na sua vascularização e na composição e resistência das fibras colágenas.

As causas para estas alterações degenerativas são múltiplas, entre elas temos as doenças reumatológicas, o diabetes, a hipertensão arterial, esforços repetitivos com os membros superiores e fatores genéticos e a própria idade do paciente.

Como é feito o diagnóstico das roturas do tendão subescapular?

As lesões do tendão subescapular podem ser diagnosticadas por ultrassonografia ou ressonância magnética. A ressonância magnética possui melhor acurácia para detectar este tipo de lesão. Entretanto, lesões muito pequenas podem passar desapercebidas até mesmo neste exame e serem descobertas durante a artroscopia do ombro.

Ressonância magnética demonstrando uma rotura do tendão subescapular (seta)

Quais são os sintomas?

Os pacientes queixam-se de dor na região anterior (frente) ou lateral do ombro, comumente esta é pior a noite ou ao levantar o braço. Os pacientes possuem dificuldade para elevar o ombro e diminuição de força para rodar internamente o membro superior. Entretanto, estas lesões isoladas são raras, frequentemente os pacientes têm outras lesões no ombro, como roturas do tendão supraespinal, luxação ou subluxação da cabeça longa do bíceps, entre outras. Este conjunto de lesões podem dar outros sintomas que podem dificultar e confundir o diagnóstico clínico.

Ressonância magnética demonstrando uma rotura do subescapular com luxação medial da cabeça longa do bíceps (seta branca)

Como é o tratamento das roturas do tendão subescapular?

O melhor tratamento destas lesões depende de uma série de fatores como: idade, intensidade da dor, perda da função e atividade profissional ou esportiva do paciente. Outro aspecto relevante é o tamanho do acometimento da rotura. A lesão é parcial ou completa?

Portanto, o tratamento deve ser individualizado para cada paciente. As lesões dos tendões não cicatrizam sozinhas. No entanto, nem todas as lesões precisam de cirurgia.

Outro dado relevante é que as lesões do subescapular, como foi dito acima, raramente estão sozinhas e as lesões associadas influenciam a escolha do melhor tratamento para o paciente.

Qual o tratamento para a rotura parcial do tendão subescapular?

A rotura parcial do tendão subescapular é geralmente tratada sem cirurgia. Utilizamos medicações antiinflamatórias, repouso, gelo e indicamos o tratamento fisioterápico com o objetivo de reduzir a dor, melhor o alongamento do ombro e fortalecer a musculatura. Evidentemente que as lesões dos tendões não cicatrizam mas podem ficar estáveis e assintomáticas por longo período. A cirurgia é indicada quando o tratamento conservador com reabilitação, corretamente feito por 3 a 6 meses, falha, ou seja, quando o paciente mantém dor e a perda de função.

Tratamento fisioterápico para rotura do manguito rotador

Qual o tratamento para a rotura completa do tendão subescapular?

Nas lesões completas ou transfixantes do tendão subescapular, a regra é o tratamento cirúrgico para a maioria dos casos. As lesões completas podem progredir de tamanho ao longo do tempo e quando uma lesão progride muito, ela pode se tornar irreparável, ou seja, mesmo com a cirurgia o tendão pode não retornar ao seu local de origem ou mesmo ter um risco altíssimo de rerotura.

O tratamento não cirúrgico é reservado para pessoas com baixa utilização dos ombros (idosos não ativos) ou pessoas com contraindicações clínicas para o tratamento cirúrgico. No entanto, se o paciente tem pouca ou nenhuma dor, a conduta pode ser não cirúrgica. Realizando-se uma reabilitação adequada, evitando-se movimentos com o braço elevado e realizando um seguimento médico periódico para avaliar se há progressão da lesão ou piora dos sintomas. Para saber mais sobre o tratamento cirúrgico das roturas do tendão subescapular, leia o artigo Cirurgia para reparo do manguito rotador.

Tratamento artroscópico da rotura do tendão subescapular

Procure um especialista de ombro e cotovelo, para um diagnóstico preciso e discutir as opções de tratamento.

6 respostas
  1. Ana lucia says:

    sofri um acidente de carro.
    quebrei a escola e uma costela.
    não fiz cirurgia. os ossos colaram mas não certinho. fiquei meses com o ombro baixo e o braço colado ao corpo. com fisioterapia melhorou os movimentos. mas o braço não levanta como antes. sinto muita dor no ombro a escapula doe muito. que pode ser feito???

    Responder
  2. LILIAN says:

    Estou desde março tratando uma dor no ombro, estou fazendo fisio ( fiz 20 sessoes e farei mais 10) e tomando remedios ( se bem que nao tomei os remedios corretamente como o medico passou) , e a dor continua bem pouca( aumenta pq trabalho em escritorio e digito muito durante o dia), farei uma ultrassonografia para ver o que de fato é. Mas procurando informações na internet, tudo que está descrito acima é o que sinto.

    Responder

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