O braço é a região do membro superior entre o ombro e o cotovelo. O úmero é o osso encontrado nesta região, onde também estão localizados os músculos bíceps e tríceps. Vamos explicar neste artigo, como é feito o diagnóstico da fratura do úmero na sua porção central (diáfise) e quais são as opções de tratamento, inclusive a cirurgia.
A diáfise é a parte mais central do osso e as fraturas das suas extremidades, úmero proximal e úmero distal, já foram discutidas nos artigos sobre fraturas do ombro e fraturas do cotovelo.
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Úmero
As fraturas da diáfise do úmero correspondem a 5% de todas as fraturas. Elas ocorrem mais comumente em 2 grupos de pacientes, pessoas jovens após traumatismos de grande energia, como acidentes automobilísticos ou no esporte, e em pessoas idosas após queda da própria altura. Neste último grupo é mais comum nas mulheres e tem correlação com a presença de osteoporose.
Como é feito o diagnóstico da Fratura do úmero?
Clinicamente, podemos observar:
- edema;
- equimose;
- deformidade no braço;
- incapacidade do paciente realizar movimentos com o cotovelo e punho.
Radiografias simples do braço são suficientes para o diagnóstico das fraturas da diáfise do úmero. É importante na avaliação inicial, o médico afastar a presença de lesão do nervo radial, que pode ocorrer em 11% dos casos.

Radiografia de uma fratura da diáfise do úmero (fratura do braço)
Como é o tratamento das fraturas do úmero?
O tratamento preferencial das fraturas da diáfise do úmero é não cirúrgico. Os pacientes devem utilizar, nos 7 a 10 primeiros dias, uma imobilização denominada pinça de confeiteiro. Posteriormente, é instalado uma órtese de Sarmiento que deve ser utilizada até a consolidação da fratura.

Órtese funcional de Sarmiento para fratura no úmero
Quanto tempo demora para as fraturas consolidarem?
A fratura do úmero se consolida no intervalo de 9 a 12 semanas após o trauma. Neste período, o paciente é orientado a utilizar o cotovelo e o punho e evitar movimentos com os ombros.
Mais de 90% das fraturas consolidam com mínima deformidade residual, sem repercussão na mobilidade do ombro ou cotovelo.
Quando está indicado a cirurgia?
O tratamento cirúrgico da fratura do úmero está indicado nos pacientes:
- vítimas de politraumatismo com múltiplas fraturas;
- obesos;
- fraturas expostas;
- fraturas associadas a tumores;
- em pacientes que não toleram o tratamento não cirúrgico pelo desconforto excessivo ou aqueles que querem uma reabilitação mais rápida;
- Desvios muito importantes da fratura como encurtamento maior que 3 cm ou desvios angulares maiores que 30 graus;
Como é o tratamento cirúrgico da fratura do úmero?
Existem múltiplas opções para o tratamento cirúrgico da fratura do úmero. Elas podem ser tratadas com:
- placa e parafusos;
- hastes intramedulares;
- fixador externo.
Podem ser tratadas por técnicas minimamente invasivas e com redução indireta ou com vias cirúrgicas convencionais e redução aberta.
A opção da técnica a ser utilizada depende da preferência do cirurgião e do tipo de fratura. Procure um especialista de ombro para saber qual a melhor opção para o seu tratamento.

Fratura do úmero tratada com cirurgia haste intramedular (A) e com placa e parafusos (B)
Quais são as complicações destas fraturas?
A lesão do nervo radial pode ocorrer em até 11% dos casos. Mais de 90% dos casos ocorre apenas uma contusão do nervo, chamada de neuropraxia, e ocorre uma recuperação total em um prazo que varia de 6 semanas a 6 meses.
A lesão do nervo radial não indica o tratamento cirúrgico das fraturas da diáfise do úmero.
Nos casos onde não ocorre uma recuperação espontânea da atividade do nervo, é indicada sua exploração.
A não-consolidação ou pseudartrose destas fraturas é rara. Se uma fratura não consolidar em 6 meses, podemos dizer que ela está em pseudoartrose. O tratamento é cirúrgico nestes casos e deve ser realizada a fixação da fratura com a utilização de enxertos ósseos.

Lesão do nervo radial