O voleibol ou vôlei é um dos esportes mais populares do mundo e no Brasil, estima-se que sejam 15 milhões de praticantes. Temos diversos títulos mundiais na quadra e na areia e o esporte é motivo de orgulho para a nação, no entanto por ser o ombro a articulação mais utilizada nesse esporte temos diversas lesões associadas.
Encontramos diversos atletas profissionais ou amadores com dor ou lesões nos ombros. A maioria das lesões do ombro são por microtraumatismos ou resultante de um mecanismo de uso excessivo.
As lesões mais comuns nestes atletas são:
O uso repetitivo dos ombros pelos atletas de vôlei nos movimentos de saque e ataque pode levar a uma conjunto de alterações comum aos atletas de arremesso.
A primeira alteração que ocorre é a limitação de um movimento específico do ombro, chamado de rotação interna.
Nessa fase, consideramos que o ombro está “em risco”. Muitos atletas podem ter essa restrição de movimento e não apresentarem nenhum sintoma, mas consideramos que devem ser tratados para evitar problemas futuros.
Após certo período, o ombro com restrição da rotação interna passa a funcionar de modo alterado e sua rotação não ocorre mais no centro da articulação.
Isto ocasiona um tensionamento excessivo de um tendão que tem origem no lábio da glenóide, chamado “cabeça longa do bíceps”. Esta é a origem e ou causa das lesões SLAP ou lesões do lábio superior da glenóide.
Outra alteração frequente nos atletas de vôlei é a discinesia escapular. A escápula faz a principal conexão e a transmissão de força entre o tronco e o ombro, sendo a base para a origem e inserção de diversos músculos.
Um desbalanço da musculatura ao redor da escápula pode levar a uma movimentação inadequada deste osso durante a elevação do braço.
Os músculos peitorais maior e menor encurtados deslocam a escápula para frente e o músculo trapézio para cima. Esta alteração dinâmica no posicionamento da escápula pode diminuir o espaço entre a cabeça do úmero e o acrômio, local onde passam os tendões do manguito rotador.
Isto pode gerar um processo inflamatório nos tendões (tendinite) e da bursa subacromial (bursite).
O diagnóstico da discinesia da escápula é clínico, exames de imagem raramente são necessários. Leia mais em tendinites do ombro.
Uma lesão menos comum é a compressão do nervo supraescapular com atrofia do músculo infraespinal. Esta lesão ocorre pois o nervo supraescapular passa em um túnel estreito na região da escápula.
A tração excessiva do nervo nesta região pode ocasionar um mau funcionamento do nervo e a atrofia muscular. Mas as causas exatas desta lesão são desconhecidas.
Muitos atletas tem a atrofia do músculo mas são assintomáticos.
O músculo redondo menor e a porção posterior do deltóide compensam a fraqueza do infraespinal, estes pacientes não precisam de tratamento. Nos pacientes sintomáticos deve ser realizado um tratamento não-cirúrgico corrigindo a restrição da rotação interna e a discinesia da musculatura paraescapular.
Os atletas devem executar um programa de reabilitação que envolve exercícios de alongamento dos músculo peitoral maior e menor, bem como alongamentos para eliminar a restrição da rotação interna dos ombros.
Devem ser executados exercícios de fortalecimento da musculatura paraescapular (romboides, serrátil anterior e trapézio) para eliminar a discinesia escapular ou escápula alada.
O fortalecimento dos músculos rotadores do ombro também é importante, principalmente dos rotadores externos, que podem “amortecer” a fase final do saque e do ataque.
Evidentemente que o tratamento pode variar conforme o diagnóstico do paciente. Entretanto, em todos os atletas devemos realizar uma reabilitação com intuito de diminuir os sintomas de restrição da rotação interna quando existentes e corrigir o desbalanço da musculatura periescapular, eliminando a discinesia da escápula.
Devem ser realizados exercícios de alongamento da capsula posterior dos ombros, músculos peitorais e trapézio superior.
Devemos realizar o fortalecimento dos músculos romboides, serrátil anterior e dos rotadores externos e internos dos ombros que são estabilizadores importantes da escápula.
Também devem ser utilizados gelo, antiinflamatórios e repouso quando necessário.
É importante o atleta, o treinador e os ortopedistas estarem atentos as características das diferentes lesões que podem estar presentes nestes atletas. Procure um médico ortopedista especialista de ombro. Garantindo um diagnóstico e plano de tratamento adequado para auxiliar o atleta em seu retorno ao esporte.
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