O número de brasileiros que pratica tênis cresceu, consistentemente, após o título de Gustavo Kuerten, no torneio de Roland Garros, em 1997. Atualmente cerca de 2 milhões de brasileiros jogam tênis, segundo dados da Confederação Brasileira de Tênis.
O ombro é uma das articulações mais solicitadas na prática deste esporte. Portanto, encontramos diversos atletas profissionais ou amadores com dor ou lesões nos ombros. A maioria das lesões do ombro são por microtraumatismos ou resultante de um mecanismo de uso excessivo (overuse). As lesões mais comuns nestes atletas são: tendinite do manguito rotador, tendinite do bíceps, lesões SLAP, lesão do manguito rotador e compressão do nervo supraescapular.
O uso repetitivo dos ombros nos movimentos de saque e voleio pode levar a um conjunto de alterações comum aos atletas de arremesso. A primeira alteração que ocorre é a limitação de um movimento específico do ombro, chamado de rotação interna. Nessa fase, consideramos que o ombro está “em risco”. Muitos atletas podem ter essa restrição de movimento e não apresentarem nenhum sintoma, mas consideramos que devem ser tratados para evitar problemas futuros.
Após certo período, o ombro com restrição da rotação interna passa a funcionar de modo alterado e sua rotação não ocorre mais no centro da articulação. Isto ocasiona um tensionamento excessivo de um tendão que tem origem no lábio da glenóide, chamado “cabeça longa do bíceps”. Esta é a origem ou causa das lesões SLAP ou lesões do lábio superior da glenóide. Leia mais sobre o diagnóstico e tratamento no artigo lesão SLAP.
Outra alteração frequente nos atletas de tênis é a discinesia escapular. A escápula faz a principal conexão e a transmissão de força entre o tronco e o ombro, sendo a base para a origem e inserção de diversos músculos. Um desbalanço da musculatura ao redor da escápula pode levar a uma movimentação inadequada deste osso durante a elevação do braço. Os músculos peitorais maior e menor encurtados deslocam a escápula para frente e o músculo trapézio para cima. Esta alteração dinâmica no posicionamento da escápula pode diminuir o espaço entre a cabeça do úmero e o acrômio, local onde passam os tendões do manguito rotador. Isto pode gerar um processo inflamatório nos tendões (tendinite) e da bursa subacromial (bursite).
O diagnóstico da discinesia da escápula é clínico, exames de imagem raramente são necessários. Leia mais em tendinites do ombro.
Uma lesão menos comum é a compressão do nervo supraescapular, com atrofia do músculo infraespinal. Esta lesão ocorre pois o nervo supraescapular passa em um túnel estreito na região da escápula. A tração excessiva do nervo nesta região pode ocasionar um mau funcionamento do nervo e a atrofia muscular. Entretanto, muitos atletas têm a atrofia do músculo, mas são assintomáticos. O músculo redondo menor e a porção posterior do deltóide compensam a fraqueza do infraespinal. Estes pacientes não precisam de tratamento. Nos pacientes sintomáticos deve ser realizado um tratamento não-cirúrgico corrigindo a restrição da rotação interna e a discinesia da musculatura paraescapular.
Os atletas devem executar um programa de reabilitação que envolve exercícios de alongamento dos músculos peitoral maior e menor, bem como alongamentos para eliminar a restrição da rotação interna dos ombros. Leia mais em alongamentos para dor no ombro. Devem ser executados exercícios de fortalecimento da musculatura paraescapular (romboides, serrátil anterior e trapézio) para eliminar a discinesia escapular ou escápula alada. O fortalecimento dos músculos rotadores do ombro também é importante, principalmente dos rotadores externos, que podem “amortecer” a fase final do saque e do ataque.
Use uma tensão no encordoamento da raquete menor ou igual a 55 libras, assim uma menor vibração será transmitida para o seu ombro. Você perderá precisão nos seus ataques, mas sua bola vai ficar mais rápida.
Atenção no saque, você deve dobrar os joelhos na fase de preparação. Isto vai diminuir a força necessária nos seus ombros.
Você está terminando adequadamente seu forehand ou backhand? Sabemos que o movimento incompleto é muito prejudicial para os ombros.
Evidentemente que o tratamento pode variar conforme o diagnóstico do paciente. Entretanto, em todos os atletas devemos realizar uma reabilitação com intuito de diminuir os sintomas de restrição da rotação interna quando existentes. E corrigir o desbalanço da musculatura periescapular, eliminando a discinesia da escápula.
Devem ser realizados exercícios de alongamento da cápsula posterior dos ombros, músculos peitorais e trapézio superior.
Devemos realizar o fortalecimento dos músculos rombóides, serrátil anterior e dos rotadores externos e internos dos ombros que são estabilizadores importantes da escápula.
Também devem ser utilizados gelo, antiinflamatórios e repouso.
É importante o atleta, o treinador e os ortopedistas estarem atentos as características das diferentes lesões que podem estar presentes nestes atletas. Procure um médico ortopedista especialista de ombro. Garantindo um diagnóstico e plano de tratamento adequado para auxiliar o atleta em seu retorno ao esporte.
A Lesão SLAP é a lesão do ombro que ocorre no lábio superior da glenóide…
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