O número de pessoas que utilizam a bicicleta para o lazer, como meio de transporte ou atividade esportiva cresceu de maneira incrível nos últimos anos. O número de ciclistas aumentou 50% entre os anos de 2013 e 2016.
As ciclovias e ciclofaixas proliferaram nas grandes cidades. Na cidade de São Paulo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foram entregues 400 Km de ciclovias no ano de 2016. Entretanto, não é uma atividade isenta de riscos e algumas lesões no ombro e cotovelo podem surgir em decorrência da prática.
Andar de bicicleta traz benefícios importantes para a saúde e o meio ambiente. É também uma atividade recreativa que permite mais contato entre o ciclista e sua cidade, permitindo conhecê-la melhor. Mais que isso, a bicicleta é um meio de transporte rápido, econômico e não poluente.
É uma excelente atividade esportiva, uma hora de ciclismo gasta de 400 a 500 calorias e fortalece a musculatura abdominal, glúteos e coxas.
Em quase todas colisões entre carro e bicicleta, o motorista do carro não sai ferido: um carro comum pesa cerca de mil e oitocentos quilos, e uma bicicleta normal, de fibra de carbono, pesa menos de nove quilos, então o ciclista sempre perde.
Na cidade de São Paulo no ano de 2014, tivemos 47 ciclistas mortos em acidentes de trânsito, segundo dados da CET. Portanto, alguns cuidados são importantes, principalmente ao pedalar na cidade. Quando falamos em estradas é mais importante ainda usar os equipamentos de segurança e ter atenção redobrada.
Sabemos que nem sempre o ciclista pe culpado, mas de qualquer jeito é importante redobrar os cuidados, principalmente:
Existem alguns problemas ortopédidos no ciclismo como a falta de um bikefit (regulagem da bicicleta) que normalmente causam lombalgia e dores nos joelhos, mas os principais problemas normalmente são referentes as quedas.
O ombro é articulação mais acometida nas quedas de bicicleta e a fratura da clavícula é a mais comum nesta atividade esportiva. Outras lesões comuns são a luxação acromioclavicular, fratura da cabeça do rádio e a fratura do escafóide.
Na dúvida sempre procure um serviço ortopédico de urgência, você vai precisar ser avaliado e provavelmente serão realizadas algumas radiografias dentre outros exames para realizar o diagnóstico correto.
Se você fraturou a clavícula, comum em quedas na bicicleta, o tratamento deve ser individualizado levando em conta a presença de outras fraturas, desvio dos fragmentos e nível de atividade do paciente. Sempre lembre de procurar ajuda médica rapidamente, normalmente pelos sintomas fortes de dores isso já seria um forte motivo.
Em 85% dos casos, as fraturas da clavícula ocorrem no seu terço médio. Nos pacientes com outras fraturas no mesmo ombro ou membro superior, o tratamento deve ser cirúrgico. Fraturas da clavícula com encurtamento maior que 2 cm, expostas ou lesão neurológica também devem ser tratadas cirurgicamente.
As demais podem ser tratadas não cirurgicamente com uso de tipoia por 1 mês. Alguns ortopedistas preferem a imobilização em 8, mas a literatura médica não mostra resultados superiores no uso desta imobilização e são mais desconfortáveis. Saiba mais sobre as fraturas da clavícula na nossa página.
As fraturas isoladas da cabeça do rádio com desvio minimo, isto é menor que 2 mm, podem ser tratadas não cirurgicamente. Estas fraturas são relativamente estáveis. Orientamos o uso de uma tipoia simples por 7 a 14 dias. Posteriormente, iniciamos o tratamento fisioterápico precocemente.
Não há benefício para o paciente ficar imobilizado por um longo período. Isto pode levar a um cotovelo rígido de difícil tratamento.
Para fraturas da cabeça do rádio com desvio maior que 2 mm, bloqueio dos movimentos do cotovelo ou com lesão ligamentar associada é indicado o tratamento cirúrgico. Leia mais sobre as fraturas do cotovelo.
Os sintomas são dor e edema na região mais lateral da clavícula. Dificuldade para elevar o ombro. Ao examinar o paciente, podemos notar a clavícula mais elevada e com mobilidade aumentada. Este aumento da mobilidade da clavícula é conhecido como sinal da tecla da luxação acromioclavicular.
A luxação acromioclavicular do tipo 1 e 2 são sempre de tratamento não cirúrgico. Deve ser utilizado gelo, antiinflamatórios e tipoia por 7 a 14 dias.
Posteriormente deve ser iniciado o tratamento fisioterápico para recuperação da movimentação e força do ombro. O tratamento da luxação acromioclavicular do tipo 3 é assunto controverso entre os especialistas do ombro, mas as evidências atuais apontam que o melhor tratamento seja o não cirúrgico.
Para as lesão acromioclavicular do tipo 4 ou 5, o tratamento deve ser cirúrgico. Saiba mais sobre as luxações acromioclaviculares.
A resposta não é muito simples, depende da consolidação da fratura, bem como da recuperação da força muscular e movimentação do ombro ou cotovelo. Em linhas gerais, para ciclismo em terreno plano e esforço moderado, 3 meses. Para atividades mais intensas como ciclismo de aventura, em torno de 6 meses.
Mas, siga as orientações do seu médico ou procure um especialista de ombro ou cotovelo para maiores orientações. Um profissional capacitado pode abreviar seu retorno ao esporte ou prevenir maiores complicações.
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