A osteocondrite dissecante do cotovelo, também conhecida como osteocondrose, é uma condição em que os fragmentos ósseos ou cartilaginosos do cotovelo se desprendem e flutuam pela articulação, criando corpos livres.
Isso acontece quando essas estruturas, ósseas e cartilaginosas, perdem a irrigação sanguínea local, ocasionando a necrose avascular do osso subcondral. A causa dessa ausência de irrigação sanguínea, muitas vezes, é de razão idiopática ou sem motivo aparente.
A osteocondrite dissecante é uma patologia que pode acometer ossos e cartilagens de qualquer articulação do corpo. Apesar disso, é mais comum que afete cotovelos, joelhos e tornozelos.
Além disso, acomete predominantemente o sexo masculino, sendo crianças e adolescentes até os 18 anos os mais acometidos.
A causa da osteocondrite dissecante de cotovelo, na maioria das vezes é de origem desconhecida.
Estudos observacionais e teorias apontam que pequenas lesões ocasionadas por esforços repetitivos, como as sofridas em praticantes de exercícios de alto impacto, como ginástica olímpica, esportes de arremesso ou que envolvam muita sobrecarga, podem ser um fator predisponente.
Assim como alterações de crescimento sofridas na infância.
Apesar de não existir nenhuma comprovação à cerca desse fato, a osteocondrite dissecante, de modo geral, é uma patologia mais recorrente no sexo masculino, pelo menos é a percepção geral do corpo médico.
A Osteocondrite tem diversos sintomas bem típicos mas a dor, associada com inchaço e crepitação e ou bloqueio do movimento da articulação podem ser sinais de alerta. Os principais sintomas são:
O diagnóstico é feito inicialmente a partir da história clínica. Um dos primeiros sinais que é notado pelo médico ortopedista no exame físico é falta de amplitude de movimento, bem como o bloqueio articular, principalmente acima de 90° de flexão.
É importante observar o ângulo em que o bloqueio e limitação se iniciam, pois é justamente nesse ângulo em que há a compressão pelo fragmento ósseo ou cartilaginoso, bloqueando os movimentos.
A dor também é um sinal clínico bem evidente quando existe esse bloqueio articular.
Para se ter certeza do diagnóstico, é aconselhável que o médico solicite exames de imagem, como a ressonância magnética ou radiografias.
O objetivo principal do tratamento é proporcionar o alívio da dor e restaurar o funcionamento normal da articulação afetada.
O primeiro objetivo é diminuir a dor, por essa razão, a primeira orientação é de repouso até que os sintomas desapareçam e realizar crioterapia (compressa gelada) sobre a área afetada.
É interessante lembrar que cada pessoa reage ao tratamento de forma individual e única.
As crianças, por se encontrarem numa fase de crescimento ósseo, têm melhor resposta ao tratamento e muitas vezes, o defeito articular se regenera de forma espontânea somente com repouso e cuidado com a lesão.
Quando o quadro álgico estiver controlado e estável, é indicado que se iniciem exercícios para recuperar a amplitude de movimento e fortalecer toda a musculatura em volta da articulação do cotovelo.
Quando o tratamento conservador não apresenta a resposta desejada, é recomendado que o paciente passe pelo processo cirúrgico, chamado de artroscopia.
Na cirurgia, o cirurgião irá fazer pequenas incisões, ao invés da incisão maior como no caso de cirurgia aberta, por ser uma cirurgia via micro câmera.
No vídeo abaixo, é possível ver a retirada de corpos livres e limpeza da cavidade articular através da artroscopia.
Isso torna o processo de recuperação menos doloroso, menos limitante e é capaz de reduzir o tempo que o paciente leva para se recuperar e voltar às atividades de vida diária.
Mesmo sendo uma cirurgia pequena, é natural que o paciente sinta na primeira semana pós cirurgia dores e desconfortos.
No processo de recuperação, os exercícios para recuperação dos movimentos do cotovelo e antebraço são tão importantes quanto o repouso.
A fisioterapia também atua nesse momento pós-cirúrgico, dando auxílio na recuperação da mobilidade e da amplitude de movimento articular, visando evitar que aconteçam novos bloqueios, principalmente em virtude do processo de cicatrização.
No vídeo abaixo, o paciente em questão sofreu uma fratura de úmero e se reabilita após a cirurgia mas esse mesmo treino serve para o paciente operado de osteocondrite dissecante do cotovelo.
O paciente que já apresentou quadro de osteocondrite dissecante do cotovelo, deve ter muita cautela em relação à articulação afetada.
Seguir as orientações médicas, realizar fisioterapia, respeitar o período de recuperação são fatores imprescindíveis para evitar que posteriormente, o quadro se altere para osteoartrite.
O prognóstico vai variar de indivíduo para indivíduo. Quanto mais jovem e ativo for o paciente, melhor o prognóstico. Agora em pacientes com idade avançada, os resultados já não são tão satisfatórios quanto o esperado e maior esforço será necessário para reoslver o problema, principalmente com grande foco na fisioterapia.
Além disso, o tamanho da lesão interfere resultado, quanto maior a lesão e maior a área acometida, mais difícil será a recuperação, maior as chances do problema retornar ou agravar e pior prognóstico.
A melhor maneira de prevenção da osteocondrite dissecante do cotovelo é evitar que aconteçam pequenas lesões na articulação.
Em pessoas que não têm como evitar em virtude de prática esportiva ou trabalho, o ideal é que os músculos e tendões estejam sempre mantidos em plena condição de força e estabilidade.
Respeitar os próprios limites físicos, buscar sempre melhor condicionamento e ter acompanhamento de um profissional também são condutas que dificultam o aparecimento de problemas articulares como a osteocondrite dissecante do cotovelo.
Se puder sempre faça uma consulta com um profissional qualificado, melhor ainda se for um Médico Ortopedista Especialista em Cotovelo.
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