Quando um osso do nosso corpo sofre uma fratura ou “quebra”, é preciso que seja feito um tratamento adequado para que o mesmo se recupere ou consolide, no entanto nem sempre a recuperação ocorre como esperado. Quando consolidação de uma fratura demora mais tempo do que o normal chamamos de Retardo de Consolidação Óssea.
Os ossos podem ser fraturados ou “quebrados” quando há um traumatismo no local que faz com que ele perca sua continuidade, ocorrendo uma ruptura em sua estrutura. O processo de cicatrização óssea passa por três estágios: inflamação, produção óssea e remodelação óssea.
Geralmente o osso leva cerca de 12 semanas para se curar em nível significativo. No caso de crianças, geralmente o processo de cicatrização é um pouco mais rápido.
Para que a recuperação ocorra de forma adequada, é importante seguir as recomendações do médico antes de começar a carregar peso ou praticar exercícios físicos. Esse tempo dependerá da localização e gravidade da fratura, do tipo de procedimento cirúrgico realizado para a recuperação e de outras considerações.
Em alguns casos, a recuperação do osso pode demorar mais do que o normal. Essa condição é conhecida como retardo de consolidação óssea.
Como explicamos anteriormente, o processo de cicatrização da fratura é influenciado por muitos fatores e passa por vários estágios (estágio da inflamação, formação de calo mole, formação de calo duro e estágio de remodelação) levando gradualmente à regeneração óssea normal.
A cicatrização depende não só da quantidade de trauma sofrida pelo osso, mas também da quantidade de tecidos adjacentes. Um papel fundamental é desempenhado pela revascularização, que fornece suprimento de sangue e restaura a circulação adequada.
O tempo de cicatrização e consolidação da fratura dependem da gravidade da lesão inicial, do tipo de fratura, do método de tratamento e da saúde geral e idade do paciente. Quando ocorre atraso na consolidação, o processo de cicatrização se torna mais lento e impreciso. Quando isso ocorre, é preciso tomar algumas medidas para que haja a recuperação e problema não evolua para algo mais complicado.
Entre alguns sintomas subjetivos do retardo de consolidação óssea estão a persistência da dor e, por vezes, inchaço no local onde ocorreu a fratura. Esses sintomas geralmente se manifestam quando é feito algum esforço ou atividades funcionais.
Existem vários fatores que podem retardar o processo de recuperação de uma fratura. Entre eles estão:
Todos esses fatores podem determinar um processo de cicatrização lento e impreciso do osso quebrado.
Problemas com a cicatrização de fraturas nem sempre podem ser completamente prevenidos, porque a maioria dos atrasos de consolidação depende da gravidade da fratura. É essencial, portanto, garantir a estabilização adequada dos fragmentos ósseos e o melhor realinhamento possível (muitas vezes obtido apenas com cirurgia). Devemos também prevenir a infecção (alto risco em fraturas expostas) e controlar doenças sistêmicas possivelmente associadas.
Sempre que possível, é recomendável promover a função muscular ativa com exercícios específicos indicados pelo médico ortopedista.
O diagnóstico é feito por testes clínicos e radiográficos. Do ponto de vista clínico, é importante fazer uma avaliação da persistência de dor no local da fratura, particularmente sob movimentação do membro.
Para diagnosticar um retardo de consolidação óssea, o médico faz análises de imagem que fornecem visões detalhadas do osso e dos tecidos moles adjacentes. Dependendo de qual osso está fraturado, esses testes podem incluir raios-x, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (MRI).
Os estudos de imagem permitem que o médico veja o osso quebrado com clareza e acompanhe o progresso de sua cicatrização.
Um retardo de consolidação óssea pode ser diagnosticado se o médico identificar um ou mais dos seguintes problemas:
Se o médico diagnosticar um retardo de consolidação óssea, ele poderá solicitar exames de sangue para investigar a causa. Através destes exames ele irá descobrir se há alguma infecção ou outra condição médica que pode retardar a cicatrização óssea, como anemia ou diabetes.
Em caso de atraso na consolidação de uma fratura, os processos biológicos devem ser direcionados para a cicatrização, evitando assim uma possível evolução para uma pseudoartrose, situação no qual a consolidação de fato não ocorreu e deve ser tratada com cirurgia.
Além do tratamento médico, para uma boa recuperação da fratura é importante também seguir uma dieta balanceada com bastante legumes e verduras. Em caso de fratura de ossos longos, há um aumento imediato nas demandas metabólicas do corpo e, embora o indivíduo fique imobilizado, ele deve aumentar a sua ingestão total de calorias.
Para que haja reconstrução óssea é importante:
Se os métodos não cirúrgicos não apresentarem resultados, o paciente precisará passar por uma cirurgia.
Opções cirúrgicas incluem enxerto ósseo ou substituto de enxerto ósseo, fixação interna e / ou fixação externa. Vamos falar com mais detalhes sobre cada uma delas a seguir:
Durante este procedimento, um osso de outra parte do corpo é colocado no local da fratura para “iniciar” o processo de cicatrização. Um enxerto ósseo fornece um suporte no qual um novo osso pode crescer. Os enxertos ósseos também fornecem células ósseas novas e as substâncias químicas naturais que o corpo necessita para a consolidação óssea.
Durante o procedimento, um cirurgião faz uma incisão e remove (colhe) pedaços de ossos de diferentes áreas do corpo do paciente. Estes são então transplantados para o local onde ocorreu a pseudoartrose.
A borda da pelve, também chamada de crista ilíaca, é geralmente a parte do corpo mais usada para a colheita de ossos. Embora a colheita do osso possa ser dolorosa, a quantidade de osso removido geralmente não causa problemas funcionais, estruturais ou cosméticos.
Um enxerto ósseo aloenxerto ou de um doador evita a colheita óssea do paciente e, portanto, diminui a dor envolvida no tratamento da pseudoartrose. Como um enxerto ósseo tradicional, ele fornece estrutura para que o osso do paciente se cure através da área da pseudoartrose. Com o passar do tempo, o osso do paciente se recupera e passa a substituir o osso do enxerto.
Embora exista um risco teórico de infecção, o enxerto ósseo do aloenxerto é processado e esterilizado para minimizar esse risco.
Assim como os aloenxertos, os substitutos do enxerto ósseo evitam o procedimento de coleta óssea e a dor causada pelo processo. Embora os substitutos do enxerto ósseo não forneçam as células ósseas novas necessárias para a cicatrização normal, eles oferecem os produtos químicos necessários para o crescimento.
Dependendo do tipo de pseudoartrose, qualquer um dos materiais acima, ou uma combinação de materiais, pode ser usado para corrigir o problema.
Enxertos ósseos (ou substitutos de enxertos ósseos) por si só não proporcionam estabilidade ao local da fratura. A menos que a pseudoartrose seja inerentemente estável, pode ser necessária a realização de mais procedimentos cirúrgicos (fixação interna ou externa) para que ocorra uma melhora na estabilidade.
A fixação interna é um procedimento que pode estabilizar uma pseudoartrose. O cirurgião coloca placas de metal e parafusos na parte externa do osso ou então coloca uma haste no canal interno do osso.
Se uma pseudoartrose ocorrer após a cirurgia de fixação interna, posteriormente outra cirurgia do mesmo tipo pode ser necessária para melhorar a estabilidade. Nesses casos, o cirurgião pode usar um dispositivo mais rígido, como uma haste maior ou uma placa mais longa. A fixação interna pode ser combinada com enxerto ósseo para ajudar na estabilidade e estimular a cicatrização.
A fixação externa também pode estabilizar o osso lesionado. Nessa cirurgia, o cirurgião coloca uma armação rígida na parte externa do braço ou perna lesionada.
A fixação externa pode ser usada para aumentar a estabilidade no local da fratura se a instabilidade foi o que ajudou a causar a pseudoartrose. A fixação externa também é uma boa opção de tratamento de pseudoartrose em pacientes que também tenham perda ou infecção óssea.
Ao sofrer uma fratura, é muito importante acompanhar a sua recuperação para que o problema não acabe se agravando. Nos casos em que for necessário fazer tratamento para o retardo de consolidação óssea, siga as recomendações do médico para que não ocorra nenhum tipo de complicação. Dessa forma a resolução do problema será mais rápida e logo você poderá retornar às suas atividades normais.
A Lesão SLAP é a lesão do ombro que ocorre no lábio superior da glenóide…
A natação é uma atividade física excelente mas cerca de 90% da força de propulsão…
O número de pessoas que utilizam a bicicleta para o lazer, como meio de transporte…
Estudo realizado por mim com Mauro Emilio Conforto Gracitelli, Gustavo Dias Borgo, Eduardo Angeli Malavolta,…
Muitos usuários e novos pacientes me questionam se a a acupuntura funciona para a capsulite…
O ombro é composto por três ossos e de forma mais simplista, uma junta de…