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Fratura de Cotovelo – O que é, Diagnóstico, Tratamento e Cirurgia

A articulação do cotovelo é composta pelos seguintes ossos: úmero, rádio e ulna. Portanto, quando falamos em fratura de cotovelo podemos estar nos referindo a uma fratura do úmero distal, da cabeça do rádio ou da ulna proximal (olécrano) de maneira isolada ou combinada.

ossos do cotovelo

Fraturas do cotovelo

As fraturas do cotovelo correspondem a 30% de todas fraturas dos adultos. Elas podem ocorrer em quedas da própria altura, atividades esportivas ou em traumatismos de maior energia, como acidentes com moto ou automóveis. Evidentemente que a complexidade das fraturas aumentam com a gravidade do traumatismo. Mas as fraturas com leve desvio ou pequeno número de fragmentos não devem ser menosprezadas, podem ocorrer complicações sérias como a rigidez até mesmo neste grupo de pacientes.

Como é feito o diagnóstico?

Radiografias do cotovelo em três incidências são suficientes para se diagnosticar a fratura de cotovelo e planejar o tratamento.

No entanto, a tomografia computadorizada poderá ser útil para avaliar o tamanho, nível de fragmentação e o grau de desvio da fratura.

Raio X da Fratura da cabeça do rádio

Tratamento

O tratamento depende de diversos fatores, entre eles podemos ressaltar:

  • a atividade, idade e quais exigências que o paciente irá impor ao cotovelo.
  • as lesões ligamentares associadas que sempre estão presentes nos casos de fratura-luxação do cotovelo
  • O número de fragmentos da fratura e o desvio destes fragmentos

Dependendo dos ossos afetados os tratamentos também podem ser diferentes.

Fraturas da cabeça do rádio

As fraturas isoladas com desvio minimo, isto é, menor que 2 mm, podem ser tratadas não cirurgicamente. Estas fraturas são relativamente estáveis.

Orientamos o uso de uma tipoia simples por 7 a 14 dias e iniciamos o tratamento fisioterápico precocemente.  Não há benefício para o paciente, ser imobilizado por um longo período e pode acarretar num cotovelo rígido de difícil tratamento.

Para fraturas com desvio maior que 2 mm, bloqueio dos movimentos do cotovelo ou com lesões ligamentares associadas é indicado o tratamento cirúrgico.

Nas fraturas com até 3 fragmentos, normalmente é realizada a fixação da fratura com placa e parafusos, nas fraturas com mais fragmentos ou fragmentos muito pequenos, a fixação pode não ser possível, sendo  realizada a substituição da cabeça do rádio por uma prótese metálica.

O objetivo do tratamento cirúrgico é permitir a movimentação precoce do cotovelo para evitar uma das complicações mais frequentes, a rigidez.  Saiba mais sobre as fraturas da cabeça do rádio.

Fratura da cabeça do rádio fixada com placa e parafusos

 

Fratura da cabeça do rádio tratada com prótese

Fratura da ulna proximal (olécrano)

O olécrano consiste na parte proximal da ulna que é facilmente palpável na região posterior (atrás) do cotovelo.

Por ser bem superficial é vulnerável a traumatismos diretos nesta região. É facilmente diagnóstica por radiografias do cotovelo.

Fratura da ulna proximal (olécrano)

A fratura do olécrano em geral é de tratamento cirúrgico, pois está num região onde ocorre a movimentação da articulação do cotovelo e não são tolerados desvios dos fragmentos maiores que 2 mm.

Desvios maiores que 2 mm podem deixar a articulação irregular, gerar uma artrose precoce e prejudicar a movimentação do cotovelo.

Outro fator importante é que o cotovelo não pode ficar imobilizado por longo período até que ocorra a consolidação óssea, pois pode ficar rígido (sem movimentação) que dificilmente será restabelecida com o tratamento fisioterápico. Saiba mais sobre as fraturas do olecrano.

Fratura do olécrano tratada com placa e parafusos

Fratura do úmero distal

O úmero, o osso do braço, articula-se com a ulna e o rádio no cotovelo. As fraturas da porção distal do úmero costumam ocorrer após queda ao solo. Esta é a fratura mais grave dentre as que podem acometer o cotovelo.

Fratura do úmero distal (cotovelo)

A fratura do úmero distal em geral é de tratamento cirúrgico, pois está num região onde ocorre a movimentação da articulação do cotovelo. Portanto, não são tolerados desvios dos fragmentos maiores que 2 mm.

Desvios maiores que 2mm podem deixar a articulação irregular, gerar uma artrose precoce e prejudicar a movimentação do cotovelo.  Outro fator importante é que o cotovelo não pode ficar imobilizado por longo período até que ocorra a consolidação óssea. Isto pode tornar o cotovelo rígido (sem movimentação) que dificilmente será restabelecida com o tratamento fisioterápico.

O tratamento cirúrgico das fraturas do cotovelo, na maioria dos casos é realizada com fixação da fratura com duas placas e vários parafusos. Além disso, para visualizar adequadamente a articulação do cotovelo e realizar a redução adequada, costuma ser necessário um procedimento chamado osteotomia do olécrano (é feita, cirurgicamente, uma fratura nesse osso).

Após o término da fixação do úmero, é preciso fixar o olécrano também.

Após a cirurgia, a fisioterapia é iniciada o mais precocemente possível, para evitar a rigidez do cotovelo. Em alguns casos com muita fragmentação da superfície articular não é possível fixar a fratura, sendo necessário realizar uma artroplastia do cotovelo.

Fratura do úmero distal tratada com placa e parafusos

 

Fratura do úmero distal tratada com prótese

 


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Dr. Jorge Assunção

Dr. Jorge Assunção é Especialista em Ombro e Cotovelo, Médico do Grupo de Ombro e Cotovelo no IOT-HCFMUSP. Atua e é credenciado nos principais hospitais de São Paulo, incluindo os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e 9 de Julho.

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Dr. Jorge Assunção

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