Cotovelo

Cotovelo de Lutador – Conheça as Lesões e Tratamentos!

O cotovelo de lutador é o nome genérico dado as doenças que acometem esta articulação nos praticantes de esportes de luta. Sabemos que estes atletas, devido as características destes esportes, acabam tendo uma maior incidência de lesões no cotovelo.  A magnitude e o número de lesões vão variar conforme o estilo da luta, no entanto verificamos que não importa qual seja o tipo, a propensão de lesão nessa articulação é maior que em outros esportes.

O cotovelo une mecanicamente a primeira parte do membro superior, o braço, com a segunda parte, o antebraço. Permite e aumenta o alcance das mãos, realizando movimentos que não seriam possíveis sem ele, como levar as mãos à cabeça ou à boca. Essa articulação é em dobradiça, também chamada de gínglimo.

Anatomia do cotovelo

As Articulações do cotovelo

Precisamos entender um pouco mais a anatomia do cotovelo. O cotovelo é composto por três articulações:

  • Úmero-ulnar ou troclear: É uma articulação sinovial do tipo gínglimo e é a mais importante do cotovelo. Realiza o movimento de flexão e extensão. Permite a realização de pequenos desvios laterais ou mediais durante o movimento de flexo-extensão do antebraço.
  • Úmero-radial: É uma articulação que atua auxiliando e dando suporte para a flexo-extensão do cotovelo.
  • Rádio-ulnar proximal: É uma articulação sinovial que atua nos movimentos de supinação e pronação do antebraço, ou seja, colocar a palma para cima e para baixo.

As Lesões de cotovelo em lutadores

No âmbito esportivo, é muito comum que aconteçam lesões, principalmente em esportes que incluem muito contato físico e ações rápidas.

Nas lutas, além dos joelhos, os cotovelos são estruturas que sofrem bastante impacto, por essa razão necessitam de um trabalho preventivo destas lesões e muita dedicação no tratamento quando já lesionados.

Lesões no cotovelo são comuns em lutadores

É comum que lutadores de judô ou jiu-jitsu apliquem golpes que imobilizam seu oponente através do braço e a falta de preparo preliminar pode acarretar uma série de complicações para o atleta.

No jiu jitsu, o golpe que é o maior responsável por lesões no cotovelo é o Arm Lock, que consiste na extensão da articulação do lutador até o seu limite.

A curto prazo, uma lesão na articulação do cotovelo não tratada pode gerar bastante dor, e a médio e longo prazo, pode comprometer os movimentos, gerar desgaste articular e a dor extrema. A dor pode ser incapacitante, impedindo até mesmo o atleta de lutar.

As chances de lesão nesse golpe são altíssimas!

Golpes como o citado, Arm Lock, e o Omoplata, são os maiores responsáveis por luxações ou deslocamentos articulares, lesões ligamentares e tendíneas do cotovelo. Conheça abaixo as principais dessas lesões!

Luxação de Cotovelo

A luxação de cotovelo é o deslocamento da articulação do cotovelo. Apesar de ser uma articulação estável, traumas mais intensos podem ocasionar esta lesão.

Tipos de luxação

Existem 2 tipos de luxação:

  • Completa: Consiste na ruptura total dos ligamentos com superfícies articulares do cotovelo completamente separadas;
  • Parcial: Consiste na ruptura parcial dos ligamentos com superfícies articulares separadas parcialmente.

A luxação acontece quando há queda sobre o braço esticado, realizando o movimento de hiperextensão desta articulação, sobrecarregando as estruturas ligamentares.

Quando isso acontece com um atleta no tatame, o ideal é fazer uma imobilização provisória e levá-lo o mais rápido possível para um hospital. No ambiente hospitalar, o atleta será avaliado por um médico e serão realizadas radiografias. Muitas vezes, as luxações do cotovelo podem ocorrer fraturas do cotovelo. O que torna o tratamento muito mais complexo e o atleta pode precisar de cirurgias.

Caso seja um caso de luxação simples sem fraturas. O procedimento realizado pelo médico será a “redução”, que consiste em “colocar os ossos no seu devido local”.

Diagnóstico pós primeiro atendimento

No hospital , além das radiografias, o paciente pode ter que realizar outros exames como uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para descartar outras lesões.

Variações da luxação de cotovelo

Como tratar?

Em casos onde ocorrem lesões no cotovelo do lutador, o atleta deve se manter afastado de competições durante todo o período de imobilização do membro, geralmente realizada com o uso de uma órtese. Posteriormente, será encaminhado para o tratamento fisioterápico, onde recuperará a mobilidade e força do cotovelo.

Aqui temos um modelo de Imobilizador Articulado de Cotovelo

Caso haja lesão sem fratura, o tempo de imobilização é bem reduzido e é aconselhável que não ultrapasse 2 semanas para que não haja risco de rigidez articular e tempo elevado de recuperação.

Após esse período, dá-se início ao tratamento com um fisioterapeuta e o atleta pode retornar aos treinos num período entre 6 e 8 semanas, sendo cauteloso e retornando sem gerar novos impactos iniciais que possam agravar o quadro da lesão.

Bursite Olecraniana

A bursa é uma tecido em forma de bolsa, cheio de líquido sinovial, que tem como função diminuir o atrito entre as demais estruturas do membro durante o movimento.

As bursas estão presentes em todas as partes do corpo.

Quando há um estresse nessa estrutura, seja por uso excessivo da articulação ou apoio sobre a bursa, ela pode inflamar, o que chamamos de bursite, nesse caso bursite de cotovelo.

Bursa olecraniana

A bursite olecraniana pode ocorrer pelo hábito de sempre apoiar os mesmos em mesas ou cadeiras. Entretanto, ultimamente vem se tornando bem comum em cotovelo de lutadores, principalmente em virtude das quedas.

Os principais sintomas incluem:

  • Inchaço na parte posterior do cotovelo;
  • Na fase aguda, pode haver dor forte e insuportável à palpação;
  • Rubor ou Vermelhidão;
  • Sensação de calor local;
  • Dificuldade de movimentar a articulação.

Como é realizado o diagnóstico?

A primeira etapa é clínica, realizada por um ortopedista. É fundamental que sejam investigados os sintomas, as atividades da vida diária e o histórico de saúde familiar e individual na anamnese, para assim seguir para a próxima etapa.

No exame físico, o médico apalpa toda a estrutura do cotovelo e pede para que o paciente realize movimentos de rotação e extensão de braço para identificar presença de sinais clínicos.

Esse teste físico associado às informações colhidas anteriormente servem para descartar outras possíveis doenças de sintomas semelhantes, como a epicondilite lateral.

Podem ser usados ainda, para ajudar na confirmação do diagnóstico, exames de imagem como ultrassonografia, radiografia ou ressonância magnética.

A bursite de cotovelo pode vir acompanhada de calcificações e osteófitos

Se a bursite em questão for infecciosa, um exame de sangue pode ser pedido. Também pode ser solicitado um exame para dosar o ácido úrico para afastar a possibilidade de uma doença conhecida como “gota”.

Como tratar?

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Em todos os casos, tenta-se aplicar o tratamento conservador porém depende da gravidade de cada caso.

Esse tratamento é realizado a partir do uso de analgésicos, anti-inflamatórios.  Antibióticos são usados quando a bursite é infecciosa, todos prescritos por um médico. É comum também a recomendação do uso de compressas de gelo.

E a cotoveleira permite que a estrutura afetada fique em repouso

 

Compressa gelada pode aliviar muito a dor!

Pode ser realizada ainda a punção do local com uma agulha, em decorrência do líquido acumulado. Esse procedimento é realizado pelo médico.

A punção da bursa é realizada quando há acúmulo de líquido

Em caso de grande inchaço e dor podem ser feitas injeções de corticoides, que contribuem para melhora desse quadro.

Já o tratamento cirúrgico é indicado para casos onde o tratamento conservador não foi eficaz.  A cirurgia mais comum é a bursectomia, que consiste na remoção total da bursa.

Cirurgia para bursite do cotovelo

Durante o período de reabilitação, o local deve permanecer protegido e é importante realizar fisioterapia para fortalecer a musculatura, a fim de tornar a recuperação completa mais rápida e assim permitir mais breve possível o retorno às atividades cotidianas.

Conhecendo melhor as possíveis lesões é mais fácil evitá-las e preveni-las, com objetivo de que o rendimento e desempenho esportivo seja mais efetivo. E quando a lesão já existir, é possível tratá-la para que retorne ao esporte o quanto antes.

Se puder fale com um Médico Ortopedista Especialista em Cotovelo.

 

Dr. Jorge Assunção

Dr. Jorge Assunção é Especialista em Ombro e Cotovelo, Médico do Grupo de Ombro e Cotovelo no IOT-HCFMUSP. Atua e é credenciado nos principais hospitais de São Paulo, incluindo os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e 9 de Julho.

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Dr. Jorge Assunção
Tags: Epicondilite

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