O cotovelo de lutador é o nome genérico dado as doenças que acometem esta articulação nos praticantes de esportes de luta. Sabemos que estes atletas, devido as características destes esportes, acabam tendo uma maior incidência de lesões no cotovelo. A magnitude e o número de lesões vão variar conforme o estilo da luta, no entanto verificamos que não importa qual seja o tipo, a propensão de lesão nessa articulação é maior que em outros esportes.
O cotovelo une mecanicamente a primeira parte do membro superior, o braço, com a segunda parte, o antebraço. Permite e aumenta o alcance das mãos, realizando movimentos que não seriam possíveis sem ele, como levar as mãos à cabeça ou à boca. Essa articulação é em dobradiça, também chamada de gínglimo.
Precisamos entender um pouco mais a anatomia do cotovelo. O cotovelo é composto por três articulações:
No âmbito esportivo, é muito comum que aconteçam lesões, principalmente em esportes que incluem muito contato físico e ações rápidas.
Nas lutas, além dos joelhos, os cotovelos são estruturas que sofrem bastante impacto, por essa razão necessitam de um trabalho preventivo destas lesões e muita dedicação no tratamento quando já lesionados.
É comum que lutadores de judô ou jiu-jitsu apliquem golpes que imobilizam seu oponente através do braço e a falta de preparo preliminar pode acarretar uma série de complicações para o atleta.
No jiu jitsu, o golpe que é o maior responsável por lesões no cotovelo é o Arm Lock, que consiste na extensão da articulação do lutador até o seu limite.
A curto prazo, uma lesão na articulação do cotovelo não tratada pode gerar bastante dor, e a médio e longo prazo, pode comprometer os movimentos, gerar desgaste articular e a dor extrema. A dor pode ser incapacitante, impedindo até mesmo o atleta de lutar.
Golpes como o citado, Arm Lock, e o Omoplata, são os maiores responsáveis por luxações ou deslocamentos articulares, lesões ligamentares e tendíneas do cotovelo. Conheça abaixo as principais dessas lesões!
A luxação de cotovelo é o deslocamento da articulação do cotovelo. Apesar de ser uma articulação estável, traumas mais intensos podem ocasionar esta lesão.
Existem 2 tipos de luxação:
A luxação acontece quando há queda sobre o braço esticado, realizando o movimento de hiperextensão desta articulação, sobrecarregando as estruturas ligamentares.
Quando isso acontece com um atleta no tatame, o ideal é fazer uma imobilização provisória e levá-lo o mais rápido possível para um hospital. No ambiente hospitalar, o atleta será avaliado por um médico e serão realizadas radiografias. Muitas vezes, as luxações do cotovelo podem ocorrer fraturas do cotovelo. O que torna o tratamento muito mais complexo e o atleta pode precisar de cirurgias.
Caso seja um caso de luxação simples sem fraturas. O procedimento realizado pelo médico será a “redução”, que consiste em “colocar os ossos no seu devido local”.
No hospital , além das radiografias, o paciente pode ter que realizar outros exames como uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para descartar outras lesões.
Em casos onde ocorrem lesões no cotovelo do lutador, o atleta deve se manter afastado de competições durante todo o período de imobilização do membro, geralmente realizada com o uso de uma órtese. Posteriormente, será encaminhado para o tratamento fisioterápico, onde recuperará a mobilidade e força do cotovelo.
Caso haja lesão sem fratura, o tempo de imobilização é bem reduzido e é aconselhável que não ultrapasse 2 semanas para que não haja risco de rigidez articular e tempo elevado de recuperação.
Após esse período, dá-se início ao tratamento com um fisioterapeuta e o atleta pode retornar aos treinos num período entre 6 e 8 semanas, sendo cauteloso e retornando sem gerar novos impactos iniciais que possam agravar o quadro da lesão.
A bursa é uma tecido em forma de bolsa, cheio de líquido sinovial, que tem como função diminuir o atrito entre as demais estruturas do membro durante o movimento.
As bursas estão presentes em todas as partes do corpo.
Quando há um estresse nessa estrutura, seja por uso excessivo da articulação ou apoio sobre a bursa, ela pode inflamar, o que chamamos de bursite, nesse caso bursite de cotovelo.
A bursite olecraniana pode ocorrer pelo hábito de sempre apoiar os mesmos em mesas ou cadeiras. Entretanto, ultimamente vem se tornando bem comum em cotovelo de lutadores, principalmente em virtude das quedas.
A primeira etapa é clínica, realizada por um ortopedista. É fundamental que sejam investigados os sintomas, as atividades da vida diária e o histórico de saúde familiar e individual na anamnese, para assim seguir para a próxima etapa.
No exame físico, o médico apalpa toda a estrutura do cotovelo e pede para que o paciente realize movimentos de rotação e extensão de braço para identificar presença de sinais clínicos.
Esse teste físico associado às informações colhidas anteriormente servem para descartar outras possíveis doenças de sintomas semelhantes, como a epicondilite lateral.
Podem ser usados ainda, para ajudar na confirmação do diagnóstico, exames de imagem como ultrassonografia, radiografia ou ressonância magnética.
Se a bursite em questão for infecciosa, um exame de sangue pode ser pedido. Também pode ser solicitado um exame para dosar o ácido úrico para afastar a possibilidade de uma doença conhecida como “gota”.
O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Em todos os casos, tenta-se aplicar o tratamento conservador porém depende da gravidade de cada caso.
Esse tratamento é realizado a partir do uso de analgésicos, anti-inflamatórios. Antibióticos são usados quando a bursite é infecciosa, todos prescritos por um médico. É comum também a recomendação do uso de compressas de gelo.
Pode ser realizada ainda a punção do local com uma agulha, em decorrência do líquido acumulado. Esse procedimento é realizado pelo médico.
Em caso de grande inchaço e dor podem ser feitas injeções de corticoides, que contribuem para melhora desse quadro.
Já o tratamento cirúrgico é indicado para casos onde o tratamento conservador não foi eficaz. A cirurgia mais comum é a bursectomia, que consiste na remoção total da bursa.
Durante o período de reabilitação, o local deve permanecer protegido e é importante realizar fisioterapia para fortalecer a musculatura, a fim de tornar a recuperação completa mais rápida e assim permitir mais breve possível o retorno às atividades cotidianas.
Conhecendo melhor as possíveis lesões é mais fácil evitá-las e preveni-las, com objetivo de que o rendimento e desempenho esportivo seja mais efetivo. E quando a lesão já existir, é possível tratá-la para que retorne ao esporte o quanto antes.
Se puder fale com um Médico Ortopedista Especialista em Cotovelo.
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