As fraturas do úmero proximal, que ficam na região mais próxima do ombro, são muito frequentes e apresentam aumento da incidência nos últimos anos. É muito comum em dois grupos de pacientes, homens jovens e mulheres idosas. No primeiro grupo está relacionada a acidentes no trânsito e no esporte.  No segundo está associada a osteoporose e quedas da própria altura.

Quedas são a principal causa de fraturas em idosos

Quedas são a principal causa de fraturas em idosos

O que é o úmero

De maneira simples, o úmero é um osso longo e o maior do membro superior que conecta o cotovelo ao ombro. Articula-se com  a escápula, o rádio e com a ulna através das articulações do ombro e do cotovelo.

Representação do Úmero

Representação do Úmero

Como é feito o diagnóstico da fratura no ombro?

O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico e as principais queixas e sintomas são: dor no ombro, edema e dificuldade de movimentar o ombro.

Normalmente através de uma radiografias simples do ombro conseguimos confirmar o diagnóstico.

Radiografia do ombro com fratura do úmero proximal.

Radiografia do ombro com fratura do úmero proximal.

Em casos duvidosos, pode ser feita uma tomografia computadorizada para definir qual é a melhor opção de tratamento e identificar todos os pontos da fratura e outras lesões associadas.

Tomografia computadorizada com fratura do úmero (ombro) proximal

Tomografia computadorizada com fratura do úmero (ombro) proximal

Como é o tratamento das fraturas do ombro úmero proximal?

As fraturas do (ombro) úmero proximal possuem grande variabilidade em relação ao número de fragmentos ósseos, desvio entre estes fragmentos e qualidade óssea (presença ou não de osteoporose).

Além destes fatores em relação a fratura, outros fatores como idade do paciente, nível de atividade e doenças associadas são importantes na decisão entre o tratamento cirúrgico e não cirúrgico.

Um dos critérios de indicação cirúrgica mais comuns é o desvio entre os fragmentos da fratura do ombro (desvios maiores que 1 cm ou uma angulação maior que 45 graus).

Tratamento não-cirurgico

Esta modalidade de tratamento é reservado para as fraturas pouco desviadas que felizmente são a maioria das fraturas do ombro (úmero proximal).  Os pacientes são imobilizados com uma tipoia tipo Velpeau por 1 mês.

No tratamento não cirúrgico das fraturas do ombro são utilizados analgésicos e antiinflamatórios, além da imobilização adequada

O tratamento fisioterápico é iniciado após 10 dias da fratura com movimentos muitos leves e com supervisão do fisioterapeuta ou indicação médica.

Após a consolidação da fratura, nos pacientes idosos e com osteoporose é adequado o tratamento com suplementos de cálcio e vitamina D (se houver deficiência) e bifosfonatos.

Os bifosfonatos são medicamentos amplamente utilziados no tratamento de doenças relacionads à perda de mineral ósseo, sendo as drogas de escolha para tratamento da osteoporose.
pacientes com fratura no ombro são imobilizados com uma tipoia tipo Velpeau por 1 mês.

pacientes com fratura no ombro são imobilizados com uma tipoia tipo Velpeau por 1 mês.

Tratamento cirúrgico

Houve grandes avanços no tratamento das fraturas do ombro nos últimos anos, com melhora dos implantes e da técnica cirúrgica.

Na maioria  dos pacientes  submetidos ao tratamento cirúrgico realizamos a redução dos fragmentos e fixamos com auxílio de placas e parafusos.

Em pacientes muito idosos ou com qualidade óssea muito ruim, podemos não conseguir reconstruir a anatomia do úmero proximal e temos que realizar a substituição do úmero proximal por uma prótese metálica (artroplastia parcial ou artroplastia reversa do ombro)

Placa para fixação das fraturas do ombro (úmero proximal)

Placa para fixação das fraturas do ombro (úmero proximal)

 

Fratura do ombro fixada com uma placa (A), substituída por uma prótese parcial (B) ou reversa do ombro (C)

Fratura do ombro fixada com uma placa (A), substituída por uma prótese parcial (B) ou reversa do ombro (C)

Quais são os resultados e complicações destas fraturas?

Estas fraturas envolvem a região articular do ombro, portanto muito vezes o paciente não consegue restabelecer totalmente a movimentação desta articulação.

Entre as complicações mais frequentes temos a rigidez do ombro, consolidação viciosa (quando algum fragmento ósseo consolida em uma posição inadequada) e osteonecrose (infarto ósseo).